Estudo revela alto consumo e impacto econômico do comércio ilegal; especialistas alertam para riscos graves à saúde
Um levantamento realizado pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que 152.102 pessoas em Mato Grosso do Sul utilizam cigarros eletrônicos e sachês de nicotina. Outros 312.998 usuários afirmaram ter feito uso ocasional desses produtos nos últimos seis meses. Apesar da crescente adesão, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mantém, desde 2009, a proibição da venda, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil.
De acordo com o estudo, a ausência de regulamentação e o avanço do comércio ilegal geram perdas anuais de aproximadamente R$ 244,4 milhões em arrecadação de impostos no estado. Além do impacto econômico, a pesquisa ressalta os efeitos nocivos à saúde associados ao uso desses produtos, que contêm metais pesados como níquel e chumbo, além de nicotina líquida presente nas essências.
Especialistas da área médica explicam que os cigarros eletrônicos provocam dependência com rapidez, já que a nicotina inalada chega ao cérebro em poucos segundos, em níveis muitas vezes superiores aos encontrados no cigarro convencional. A substância é altamente viciante e não possui nível seguro de consumo, além de estar associada ao risco de câncer e doenças cardiovasculares.
O estudo também alerta para o caráter atrativo dos dispositivos entre jovens, que enxergam o produto como moderno e inofensivo. No entanto, todos os tipos de cigarros eletrônicos — independentemente da geração ou formato — são considerados prejudiciais, podendo causar doenças pulmonares, inflamações, bronquite, asma, hipertensão, arritmia e até infarto.
A USP reforça que o crescimento do consumo desses dispositivos representa um desafio de saúde pública e de fiscalização, exigindo políticas preventivas e educativas que combatam o uso e reduzam os danos à população.