Segundo levantamento da Conab, Estado amplia área cultivada, mantém ritmo acelerado de plantio e encara impacto das chuvas irregulares no início do ciclo
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul seguem mantendo forte ritmo na safra 2025/26, mesmo após um começo de ciclo marcado por instabilidade climática. O 2º Levantamento da Conab, divulgado nesta quinta-feira (13), aponta que o Estado deve cultivar 7,02 milhões de hectares, expansão de 5,7% frente ao ciclo anterior e reflexo direto da confiança na recuperação produtiva.
A estimativa de produção total chega a 28,73 milhões de toneladas, volume levemente superior ao registrado em 2024/25. A produtividade média, porém, apresenta recuo estimado em 4,9%, efeito da irregularidade das chuvas nos primeiros estágios da temporada.
A oleaginosa continua liderando o avanço da área agrícola de MS. O levantamento indica que 73% da área destinada à soja já foi semeada, desempenho muito superior ao registrado no 1º boletim, quando o plantio avançava lentamente. A regularização das chuvas a partir de outubro permitiu a retomada das operações no centro-sul do Estado, embora o avanço no norte siga mais moderado.
O comportamento estadual reflete a tendência nacional, que projeta 49 milhões de hectares de soja e produção de 177,6 milhões de toneladas.
O milho cultivado no inverno permanece como um dos pilares da economia sul-mato-grossense. A área deve crescer novamente, embora o cenário nacional projete queda de 5,4% na produtividade do cereal. Para o algodão, cultura de menor representatividade no Estado, a Conab aponta aumento de área acompanhado de ligeira redução produtiva — movimento semelhante ao observado no restante do país.
Assim como no primeiro levantamento, a Conab reforça que o comportamento climático continua sendo o principal condicionante do desempenho final da safra. Em Mato Grosso do Sul, a falta de chuvas em setembro e parte de outubro atrasou operações em algumas regiões, mas a volta gradual das precipitações conseguiu normalizar o estabelecimento inicial das principais culturas.
Para o Brasil, a projeção permanece em 354,8 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 0,8% sobre o ciclo anterior. Apesar da estabilidade na segunda estimativa, o avanço do fenômeno La Niña, já configurado no Pacífico, pode alterar o padrão de chuvas no Centro-Oeste e Sul, trazendo risco de nova irregularidade para os próximos meses e exigindo cautela de produtores e técnicos.