Atlas inédito sobre estoques de carbono na Bacia do Alto Paraguai será apresentado em coletiva da UEMS no dia 11 de novembro
A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), por meio do Centro de Estudos de Fronteira General Padilha (Cefront), realiza na terça-feira, dia 11, às 14h, uma coletiva de imprensa para apresentar os resultados do Atlas do Estoque de Carbono em Formações Vegetais da Bacia do Alto Paraguai – Mato Grosso, estudo que quantifica o carbono fixado nas formações florestais do bioma Pantanal e em áreas adjacentes. O evento ocorrerá de forma híbrida e simultânea, no Cefront, localizado na Rua Hermenegildo Pereira, nº 206, Vila Bandeirantes, em Dourados.
A pesquisa é fruto de uma parceria entre a UEMS, a Embrapa Gado de Corte e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O trabalho é coordenado pelo professor Dr. Fábio Ayres, da UEMS, e contou com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e apoio técnico das instituições envolvidas. O reitor da UEMS, professor Dr. Laércio de Carvalho, também participará da apresentação, reforçando o papel da universidade pública na produção de conhecimento científico voltado à sustentabilidade regional.
Realizado entre abril e setembro de 2023, o estudo utilizou imagens do satélite Landsat, técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento com base no Protocolo UEMS. Foram analisadas 59 localidades da Bacia do Alto Paraguai (BAP), com foco especial nas áreas pantaneiras. O método envolveu cálculos de índices de vegetação (NDVI) e classificação espectral, validados em campo, resultando em um mapa detalhado dos estoques de carbono em vegetações nativas e alteradas.
O Atlas apresenta um panorama inédito sobre a capacidade de fixação de carbono no Pantanal, evidenciando sua importância no enfrentamento das mudanças climáticas e na valoração ambiental da região.
De acordo com o professor Fábio Ayres, conservar o Pantanal significa equilibrar produção e preservação, garantindo o uso sustentável do território. Ele explica que o aumento do estoque de carbono é estratégico, pois mantém o gás retido na vegetação e no solo, reduzindo emissões e abrindo novas oportunidades no mercado de carbono.
Municípios como Poconé (33,42 t/ha) e Barão de Melgaço (28,78 t/ha) se destacam entre as áreas com maior concentração de carbono por hectare, o que reforça o potencial do Pantanal como ativo ambiental. “A conservação da região promove resiliência ecológica, segurança hídrica e fortalecimento econômico, sem comprometer a biodiversidade”, afirma Ayres.
O pesquisador ressalta que o estudo fortalece a integração ambiental entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, uma vez que a Bacia do Alto Paraguai abrange ambos os estados. “O Atlas oferece base científica para o planejamento territorial sustentável, a valoração de ativos ambientais e a formação de políticas públicas voltadas à captação de recursos internacionais”, destacou.
Segundo ele, a pesquisa coloca o Pantanal em posição estratégica nas discussões globais sobre clima e carbono, contribuindo para os compromissos brasileiros na COP30 e ampliando o protagonismo do bioma nas ações de mitigação e adaptação climática.
*Com informações da UEMS