Deputado alegou indisposição e saída repentina de seu defensor; sessão pode ser suspensa até a próxima semana
O julgamento do deputado federal Marcos Pollon (PL) voltou a ser interrompido na tarde desta quinta-feira (11), marcando o terceiro adiamento consecutivo do processo que tramita no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O parlamentar pediu a suspensão das oitivas minutos antes de sua fala, afirmando que seu advogado havia abandonado a defesa durante a reunião e que não possuía condições de continuar.
Segundo Pollon, ele começou a se sentir mal no plenário, relatou mãos geladas, indisposição e cansaço extremo. Ele disse ainda que não vinha dormindo desde o início da semana, justificando que suas transmissões ao vivo durante a madrugada comprovam o desgaste.
Paramédicos da Câmara prestaram o primeiro atendimento e, em seguida, o deputado foi encaminhado à sala médica. Após o episódio, o presidente da reunião, deputado Josenildo Abrantes (PDT-AP), consultou a equipe jurídica da Casa e decidiu pelo novo adiamento. A sessão foi remarcada para esta sexta-feira (12), às 8h (horário de MS).
Entretanto, como Pollon seguia em atendimento médico até o início da noite, existe a possibilidade de que as oitivas sejam empurradas para a próxima semana. O próprio parlamentar e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) vêm criticando, desde terça-feira (9), o que consideram um ritmo acelerado do processo.
O processo disciplinar contra Marcos Pollon está relacionado à atuação de parlamentares da ala direita durante mobilizações realizadas em agosto deste ano. Na ocasião, o grupo tentou pressionar os presidentes da Câmara e do Senado a pautarem propostas conhecidas como “pacote da paz”.
Entre as demandas defendidas estava a anistia para condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. O grupo chegou a ocupar uma mesa no Congresso e, por horas, impedir o andamento das sessões ordinárias, o que resultou na abertura do processo disciplinar no Conselho de Ética.
O desfecho do caso dependerá da retomada das oitivas, que seguem sem previsão definitiva em razão do quadro de saúde do deputado e da indefinição sobre sua defesa jurídica.