ONU e OMS condenam ataque; entre as vítimas estão profissionais da Reuters, Al Jazeera, NBC e Associated Press
Todos os mortos realizavam cobertura jornalística, documentando a situação humanitária (Foto: O Globo)
Dois bombardeios consecutivos atingiram o Hospital Nasser, na região de Gaza, na manhã desta segunda-feira (25), deixando mais de 20 mortos, entre eles cinco jornalistas, um trabalhador da área sanitária e um funcionário da Defesa Civil, segundo autoridades palestinas e a ONU.
Os repórteres mortos foram identificados como: Hossam al-Masri (Reuters), Mohammed Salama (Al Jazeera), Miriam Abu Daqa (freelancer colaboradora da Associated Press), Moz Abu Taha (NBC) e Ahmad Abu Aziz (Quds Feed Network). Todos atuavam na cobertura do conflito para veículos de imprensa internacionais.
A Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) disse estar “chocada” com a inação global diante do ataque. O Sindicato de Jornalistas Palestinos classificou o episódio como um “massacre hediondo”, acusando as forças israelenses de mirarem deliberadamente equipes de imprensa.
O Hamas também se manifestou, afirmando que os bombardeios têm o objetivo de “intimidar jornalistas e impedir a cobertura de crimes de guerra, limpeza étnica e das condições catastróficas de vida da população palestina em Gaza”.
Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, 188 profissionais de imprensa já morreram em Gaza — 178 deles em decorrência de ataques israelenses.
A ONU condenou o episódio e pediu responsabilização.
“Essas mortes devem chocar o mundo, não para nos manter em silêncio, mas para exigir justiça”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos.
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, também reagiu, exigindo um cessar-fogo imediato e reforçando que hospitais e profissionais da saúde não podem ser alvos.
“Enquanto as pessoas em Gaza passam fome, o já limitado acesso à saúde está sendo ainda mais prejudicado por ataques repetidos”, escreveu Tedros nas redes sociais.
*Com informações de O Globo