Frigoríficos de Mato Grosso do Sul habilitados a exportar carne bovina para os Estados Unidos suspenderam preventivamente a produção destinada ao mercado norte-americano, em razão da nova tarifa de 50% imposta pelo governo dos EUA sobre produtos brasileiros. A informação foi confirmada nesta terça-feira (15) por Regis Luís Comarella, presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de MS) e diretor da Fiems.
Segundo Comarella, a medida visa evitar prejuízos diante da inviabilidade econômica provocada pela sobretaxa. “Os frigoríficos pararam de produzir com rotulagem voltada aos EUA até que haja solução. A escala de abates foi reduzida para evitar acúmulo de estoque”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.
Diante da suspensão, o Sicadems informou que as indústrias estão trabalhando para realocar a produção suspensa, tanto no mercado interno quanto em outros mercados internacionais, como China, Chile e países africanos, entre eles a Argélia. A estratégia busca preservar a atividade das plantas e mitigar os impactos da medida americana.
Ainda de acordo com o sindicato, o setor já enfrentava tributações no comércio com os EUA, e a nova tarifa inviabiliza a continuidade dos contratos. “Com mais 50%, não há como honrar os compromissos. O prejuízo seria muito grande para as empresas”, completou Comarella.
Quatro frigoríficos de Mato Grosso do Sul estão atualmente habilitados a exportar carne bovina para os Estados Unidos: Naturafrig, JBS, Minerva Foods e Frigorífico Iguatemi.
A suspensão temporária deve provocar reflexos na balança comercial do Estado e na rotina das empresas, enquanto durar o impasse tarifário. O sindicato cobra ação do governo federal para buscar soluções diplomáticas ou comerciais que permitam a retomada das exportações em condições viáveis.