Ventania em SP causa atraso de voo em Dourados e filas para remarcação em Campo Grande

A sequência de fortes rajadas de vento que atingiu a Grande São Paulo entre quarta-feira (10) e a manhã desta quinta-feira (11) provocou reflexos diretos nos aeroportos de Mato Grosso do Sul, especialmente em Dourados e Campo Grande. No total, Congonhas e Guarulhos já acumulam 344 voos cancelados desde o início do evento climático, sendo 100 apenas nesta quinta-feira.

Em Dourados, que mantém operações da Latam com destino a Guarulhos às segundas, quintas e sextas-feiras, o impacto foi imediato. O voo previsto para pousar às 8h40 desta quinta sofreu atraso e só aterrissou por volta das 10h. A decolagem de retorno, marcada para 9h20, também foi comprometida em razão do efeito cascata gerado pelos cancelamentos e readequações na malha aérea nacional.

A situação em Campo Grande se agravou devido ao maior volume de operações. O Aeroporto Internacional da Capital ficou lotado desde o início da noite de quarta-feira, com passageiros buscando remarcação ou realocação após cancelamentos sucessivos. Muitos tiveram de recorrer aos canais de atendimento das companhias aéreas ou aguardar longas filas para atendimento presencial.

O transtorno foi desencadeado por uma ventania considerada inédita pelos especialistas. De acordo com meteorologistas, foi a primeira vez que a região metropolitana de São Paulo registrou rajadas tão intensas sem chuva ou tempestades associadas. Em Congonhas, os ventos chegaram a 96,3 quilômetros por hora, o que obrigou companhias e autoridades a suspender diversas operações por segurança.

Os estragos alcançaram bairros inteiros: mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem energia, dezenas de árvores caíram, parques foram fechados e até consultas médicas em hospitais precisaram ser canceladas. Na manhã desta quinta, cerca de 1,5 milhão de unidades consumidoras ainda estavam no escuro, enquanto equipes trabalhavam na recomposição da rede.

A normalização dos voos em Mato Grosso do Sul depende da estabilização das operações nos aeroportos paulistas, que seguem em atenção máxima devido à instabilidade provocada pelo evento climático.