Grupo liderado por Rogério Yuri articula parcerias com o governo estadual e propõe medidas técnicas e de diálogo para pacificação no campo
Rogério Yuri e o advogado João Waimer Moreira Filho, estiveram em Campo Grande para uma audiência com a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva. (Foto: Assessoria)
A atuação da Frente Parlamentar em Defesa da Solução dos Conflitos entre Indígenas e Proprietários de Terras, da Câmara Municipal de Dourados, tem apresentado resultados concretos na busca por diálogo e pacificação em uma das regiões mais sensíveis de Mato Grosso do Sul.
Presidida pelo vereador Rogério Yuri (PSDB) e composta também pelos vereadores Márcio Pudim (PSDB) e Pedro Pepa (União), a Frente foi criada em 2023 com o objetivo de mediar disputas fundiárias, reduzir episódios de violência e promover soluções técnicas e institucionais. O grupo reúne representantes da Funai, OAB, Ministério Público Federal e órgãos de segurança pública, garantindo ampla representatividade nas discussões.
O mais recente avanço ocorreu em 1º de outubro, quando o vereador Rogério Yuri e o advogado João Waimer Moreira Filho estiveram em Campo Grande para uma audiência com a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva.
Durante o encontro, foi solicitada a participação da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) nas avaliações técnicas de imóveis rurais que poderão integrar futuros acordos de solução fundiária.
A secretária manifestou apoio à iniciativa, condicionando o encaminhamento à Agraer ao envio de documentação técnica — como matrículas, confrontações e dados georreferenciados das propriedades. A Frente se comprometeu a reunir as informações e formalizar o pedido dentro do prazo estabelecido, garantindo a continuidade das tratativas.
Entre os avanços já obtidos, a Frente iniciou o processo de avaliação de terras em litígio, que resultou em laudos sobre 113,4 hectares, avaliados em R$ 56,9 milhões. Outros 325 hectares ainda aguardam análise, etapa considerada essencial para a definição de indenizações e ajustes territoriais.
Além disso, o grupo apresentou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul propostas para o uso do Fundo Estadual de Terras Indígenas na compra e permuta de áreas, iniciativa que visa acelerar soluções consensuais entre produtores e comunidades indígenas.
Em 2025, a Frente articulou com o Ministério dos Povos Indígenas e o governo estadual a criação de uma força-tarefa para prevenção de novos conflitos, chegando a solicitar o apoio da Força Nacional em áreas consideradas críticas.
A estratégia tem surtido efeito: produtores rurais e lideranças indígenas relatam redução nos casos de violência, reflexo direto da mediação constante e do diálogo institucionalizado promovido pela Câmara de Dourados.
Para o presidente da Frente, vereador Rogério Yuri, o modelo adotado em Dourados já inspira outros municípios sul-mato-grossenses.
“Acreditamos que o diálogo, aliado a laudos técnicos e ao respaldo do governo, é o caminho mais seguro para uma solução duradoura e justa. Nosso papel é manter as portas abertas e evitar novos episódios de confronto”, destacou o parlamentar.