Ação cumpriu 31 mandados em Campo Grande, Miranda e Sidrolândia; empresários e agente público são investigados por organização criminosa e corrupção
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), deflagrou na manhã desta quinta-feira (1º) a Operação Copertura, que apura um esquema de fraudes em licitações realizado desde 2020 na Prefeitura de Miranda. Ao todo, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Miranda e Sidrolândia.
As investigações apontam que uma organização criminosa formada por empresários e um agente público fraudava licitações por meio de orçamentos de “cobertura”, mecanismo no qual empresas combinam valores para direcionar a vitória a determinado concorrente.
Segundo o MPMS, algumas empresas não possuíam sede própria ou funcionários registrados, mas mesmo assim eram declaradas vencedoras em certames para fornecimento de materiais de construção, gêneros alimentícios, informática, produtos de limpeza, kits escolares, móveis e artigos de papelaria.
Os investigados podem responder por organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
O nome “Copertura”, de origem italiana, traduz-se como “cobertura” e faz referência ao artifício usado por grupos especializados em fraudes, quando os licitantes aliados apresentam propostas apenas para “cobrir” o certame e assegurar a vitória da empresa previamente escolhida.
Em Campo Grande, mandados foram cumpridos em empresas de informática, incluindo a Zornimat, na Avenida Afonso Pena, e outro endereço no bairro Jardim dos Estados, na Rua Rio Grande do Sul. O advogado da Zornimat, Nilton Junior, afirmou que a empresa está colaborando e franqueando o acesso às equipes.
Já em Sidrolândia, foram alvos a Paulo Freire Livraria e a Paulo Freire Instrumentos Musicais, ambas ligadas ao empresário Pedro Luiz Ribeiro Ruano.
A operação teve apoio do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e contou com a participação do BPChoque (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.