Mais de 50 postagens em redes sociais incitam violência após condenação de Jair Bolsonaro
A Polícia Federal abriu investigação para apurar ameaças feitas nas redes sociais contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e o delegado da corporação Fábio Shor, responsável pelo inquérito que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da trama golpista.
Segundo informações, Dino entregou à PF prints de mais de 50 publicações feitas no Instagram, TikTok, X e YouTube. Nas mensagens, usuários defendem que ele e o delegado sejam vítimas de violência com frases como “guilhotina”, “bala”, “moer na madeira”, “queimar em público” e até “explodir” suas casas.
Uma das primeiras providências da investigação será notificar as plataformas e provedores de internet para identificar os responsáveis pelas postagens.
Os crimes apurados incluem ameaça, coação no curso do processo, incitação ao crime, crime contra o Estado e a ordem pública, além de crimes contra a honra.
Foi o próprio Flávio Dino quem solicitou a abertura do inquérito. Em ofício encaminhado à PF, o ministro relatou que passou a receber “graves ameaças contra sua vida e integridade física” logo após seu voto a favor da condenação de Bolsonaro, em 9 de setembro.
Dino destacou ainda que o volume e a semelhança das postagens sugerem uma “ação concertada com caráter de incitação”, citando que algumas mensagens faziam alusão a protestos violentos ocorridos no Nepal, onde autoridades foram atacadas por manifestantes.