Garrafas apresentavam sinais de falsificação, mas estavam dentro do padrão do MAPA; investigação segue em dois estados
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu nesta sexta-feira (3) que as bebidas alcoólicas ingeridas pelo cantor Hungria Hip Hop em Brasília não estavam contaminadas por metanol. A análise constatou que as garrafas apreendidas possuíam indícios de falsificação, mas o teor alcoólico estava de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Apesar do resultado, a principal suspeita dos médicos que acompanham o artista é que a intoxicação tenha ocorrido em São Paulo, onde ele realizou um show no último domingo (28). A casa de eventos em que se apresentou foi interditada pela Vigilância Sanitária sob suspeita de comercializar bebidas adulteradas.
O médico Leandro Machado, integrante da equipe que trata o rapper no Hospital DF Star, explicou que a contaminação pode estar associada à ingestão de bebidas misturadas com etanol e pequenas quantidades de metanol.
“Não houve ingestão de metanol puro, mas de bebidas adulteradas. Isso pode retardar os sintomas em até 72 horas. Acreditamos que a intoxicação tenha acontecido em São Paulo, embora só será possível confirmar com as investigações policiais”, disse.
Os exames laboratoriais que podem indicar a presença da substância no organismo devem ficar prontos em até cinco dias. Enquanto isso, as polícias civis do Distrito Federal e de São Paulo trabalham em cooperação com a Anvisa para rastrear a origem das bebidas suspeitas.
De acordo com o advogado da família, José Souto Lima, tanto as amostras recolhidas em Brasília quanto os lotes apreendidos em São Paulo estão sendo submetidos a análises complementares.
Mesmo diante da gravidade, os médicos informaram que Hungria vem respondendo bem ao tratamento, que inclui sessões de hemodiálise e uso de antídotos específicos.
“Nosso objetivo é reduzir os danos e estabilizar o paciente. Ele já apresenta sinais de melhora e o prognóstico é favorável”, completou Leandro Machado.
O rapper Gustavo da Hungria Neves, conhecido como Hungria, de 34 anos, foi internado na manhã de quinta-feira (2) após passar mal em uma confraternização na casa de amigos, em Vicente Pires.
Ele deu entrada no Hospital DF Star com fortes dores de cabeça, vômitos, visão turva e acidose metabólica — sintomas semelhantes aos registrados em vítimas de intoxicação por metanol. O artista foi imediatamente transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde segue em tratamento intensivo.